Uso dos ambientes digitais na pandemia da COVID-19

Autores/as

Palabras clave:

comunicação em saúde, ambientes digitais, pandemia COVID-19, usos e gratificações, teoria fundamentada

Resumen

Introdução: O surto do coronavírus representou uma emergência de saúde pública de escala global, demandando a implementação de medidas coordenadas em nível internacional para conter sua propagação. Em tal contexto, a comunicação desempenha um papel crucial na promoção da conscientização sobre a necessidade de vigilância sanitária. Desde o anúncio da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a nova doença tornou-se o tema mais pesquisado em todo o mundo no Google.

Objetivo: Reconhecendo a comunicação de risco como uma ferramenta central nos programas de políticas de saúde pública, e considerando a crescente importância da busca por informações em plataformas digitais, este estudo visa descrever os motivos que levam os usuários desses ambientes a se exporem à comunicação de saúde.

Método: Empregando os referenciais teóricos de Usos e Gratificações, juntamente com o método da teoria fundamentada em dados, foram conduzidas 51 entrevistas em profundidade para identificar e descrever três categorias essenciais.

Resultados: Os resultados indicaram três tipos distintos de motivos para o uso de ambientes digitais durante a pandemia de coronavírus no país: busca por aprendizado, interação social e gerenciamento do humor.

Conclusão: Compreender as motivações e gratificações dos usuários da comunicação digital é crucial para o planejamento de intervenções em saúde, visando capacitar os cidadãos na busca pelo autocuidado, por meio do fornecimento de condições, ambientes, ferramentas e conteúdos apropriados.

Biografía del autor/a

Raquel Marques Carriço Ferreira, Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão, Brasil.

Professora Associada da Universidade Federal de Sergipe UFS, atuando na graduação e no programa de pós-graduação em Comunicação Social. Publicitária, mestre pela Universidade Metodista de São Paulo (2003), doutora pela Universidade Nova de Lisboa (2011), e pós-doutora pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (2017), tem experiência na área de Sociologia Aplicada, trabalhando com os temas das Teorias da Comunicação, Estudos da Audiência e Recepção, Ética e Legislação Publicitária, Comunicação e Saúde. Seu campo de estudo está circunscrito na dinâmica de interação do indivíduo com os meios de comunicação ou outro contexto social mediado por plataformas comunicacionais, conformando o nexo da produção das mensagens e seu consumo. Dentre diversos artigos e capítulos de livros, publicou dois livros, Telenovelas Brasileiras e Portuguesas: Padrões de Audiência e Consumo, editora EDISE (EDITAL FAPITEC/SE/FUNTEC/SEGRASE Nº 10/2014 - PROGRAMA DE AUXÍLIO AO PESQUISADOR PARA PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS); e Casos do Cotidiano: a Publicidade em Revista, pela editora UFS (EDITAL 001∕2019 PROGRAMA EDITORIAL DA UFS), ambos resultados de editais de financiamento com conselho editorial. Foi pesquisadora do CIMJ - Centro de Investigação Media e Jornalismo da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade NOVA de Lisboa, é pesquisadora do CIES-IUL - Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) e coordena o RECEPCOM - Grupo de estudos da produção e recepção Midiática UFS∕CNPq

   

Renata Malta Barreto, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, Brasil.

Professora efetiva do Departamento de Comunicação Social da UFS (Universidade Federal do Sergipe). Professora Permanente e atual coordenadora do Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Comunicação Social (PPGCOM) da Universidade Federal de Sergipe. Coordenadora no Grupo de Pesquisa GENI - Gênero e Interseccionalidades na Comunicação. Pós- Doutorado na Facultad de Comunicación, Departamento de Comunicación Audiovisual de la Universidad de Sevilla - Espaa. Pesquisadora bolsista do Programme Directeurs d?Etudes Associés DEA 2019, Fondation Maison des Sciences de l?homme, Paris, França. Doutora em COMUNICAÇÃO SOCIAL pela Universidade Metodista de São Paulo - UMESP (2013); Doutorado-Sanduíche (PDSE) concluído e realizado em Carleton University, Ottawa, Canadá (2012); Mestre em COMUNICAÇÃO MIDIÁTICA pela Universidade Estadual Paulista - UNESP (2009); Possui graduação em COMUNICAÇÃO SOCIALcom habilitação em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo (2000). Tem experiência na área de Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: Estudos de Gênero e interseccionalidades (classe, raça, etnia, sexualidade, nacionalidade) , Estudos Culturais, e Comunicação Social, Representação social.na mídia

Jerinaldo Domigos Dos Santos Junior, Universidade Federal de Sergipe, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. São Cristóvão, Brasil

Mestre em Comunicação. Administrador na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Dhione Oliveira Santana, Universidade Federal de Minas Gerais, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Brasília, Brasil.

Doutorando em Administração na Universidade Federal de Minas Gerais. Analista Publicitário na Ebserh

Citas

Hernández-García I, Giménez-Júlvez T. Assessment of Health Information About COVID-19 Prevention on the Internet: Infodemiological Study. JMIR Public Health and Surveillance. 2020 [accesso 23/04/2020];6(2):e18717. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3221750

Guimarães VHA, Oliveira-Leandro M de, Cassiano C, Marques ALP, Motta C, Freitas-Silva AL, et al. Knowledge About COVID-19 in Brazil: Cross-Sectional Web-Based Study. JMIR Public Health and Surveillance. 2021 [accesso 23/04/2020];7(1):e24756. Disponível em: https://publichealth.jmir.org/2021/1/e24756

Domicilios, TIC. Principais resultados. 26 de maio de 2020 [accesso 23/04/2020]. Disponível em: https://cetic.br/media/docs/publicacoes/2/20211124201233/tic_domicilios_2020_livro_eletronico.pdf

Domicilios, TIC. Principais resultados. 26 de maio de 2010. 2010[accesso 23/04/2020]. Disponível em: https://cetic.br/media/analises/apresentacao-tic-domicilios-2010.pdf

Azevedo Moretti F, Elias de Oliveira V, Koga da Silva EM. Acesso a informações de saúde na internet: uma questão de saúde pública? Revista da Associação Médica Brasileira. 2012;58(6):650-8. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ramb/a/SGm5WjwfG6Hj5Bf5g8s6DRs/abstract/?lang=pt

Cline RJW, Haynes KM. Consumer Health Information Seeking on the Internet: the State of the Art. Health Education Research. 2001 [accesso 23/04/2020];16(6):671-92. Disponível em: https://academic.oup.com/her/article/16/6/671/571640

Cuan-Baltazar JY, Muñoz-Perez MJ, Robledo-Vega C, Pérez-Zepeda MF, Soto-Vega E. Misinformation of COVID-19 on the Internet: Infodemiology Study. JMIR Public Health and Surveillance. 2020 [accesso 23/04/2020];6(2):e18444. Disponível em: https://publichealth.jmir.org/2020/2/e18444/

Ming LC, Untong N, Aliudin NA, Osili N, Kifli N, Tan CS, et al. Mobile Health Apps on COVID-19 Launched in the Early Days of the Pandemic: Content Analysis and Review (Preprint). JMIR mHealth and uHealth. 2020 [accesso 23/04/2020];8(9). Disponível em: https://publichealth.jmir.org/2020/2/e18444/

Aumenta número dos que buscam informação sobre COVID nas redes sociais. Agência Brasil. 2021 [accesso 23/04/2020]. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-05/aumenta-numero-dos-que-buscam-informacao-sobre-covid-nas-redes-sociais

Melo, J. Buscas no Google acompanham aumento de casos de covid-19 [Google searches track an increase in cases of covid-19]. 2020 [accesso 23/04/2020]. Disponível em: https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/buscas-no-google-acompanham-aumento-de-casos-de-covid-19-17032021

Machado C, Dourado, D, Santos, J, Santos N. Ciência Contaminada-analisando o contágio da desinformação sobre coronavírus via YouTube (relatório) [Contaminated Science-analyzing the spread of coronavirus misinformation via YouTube (report)]. 2020. DOI: https://doi.org/10.13140/RG.2.2.27323.03367

Ferreira RC, Santana DO, Espanha R. Busca de Autocuidado em Ambientes Digitais: Usos e Gratificações [Search for Self-Care in Digital Environments: Uses and Gratifications]. Journal of Digital Media & Interaction. 2020 [accesso 23/04/2020];3(9): 9-22. Disponível em: https://proa.ua.pt/index.php/jdmi/article/view/18600

Marques R, Matheus. “Teoria Fundamentada em Dados” uma experiência metodológica. DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals). 2012 Apr 1. Disponível em: http://relmis.com.ar/ojs/index.php/relmis/article/view/134

Gallagher J, Parenti G, Doyle F. Psychological Aspects of Cardiac Care and Rehabilitation: Time to Wake Up to Sleep? Current Cardiology Reports. 2015 [accesso 23/04/2020];17(12). DOI: https://doi.org/10.1007/s11886-015-0667-8

Lanseng EJ, Andreassen TW. Electronic healthcare: a study of people’s readiness and attitude toward performing self‐diagnosis. International Journal of Service Industry Management. 2007 [accesso 23/04/2020];18(4):394-417. Disponível em: https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/09564230710778155/full/html

Ryan A, Wilson S. Internet healthcare: do self-diagnosis sites do more harm than good? Expert Opinion on Drug Safety. 2008;7(3):227-9. DOI: https://doi.org/10.1517/14740338.7.3.227

Khoo K, Bolt P, Babl FE, Jury S, Goldman RD. Health information seeking by parents in the Internet age. Journal of Paediatrics and Child Health. 2008;44(7-8):419-23. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1440-1754.2008.01322.x

White RW, Horvitz E. Experiences with web search on medical concerns and self-diagnosis. AMIA Annual Symposium proceedings AMIA Symposium. 2009 [accesso 23/04/2020]:696-700. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20351943/

Ebeling M. “Get with the Program!”: Pharmaceutical marketing, symptom checklists and self-diagnosis. Social Science & Medicine. 2011 [accesso 23/04/2020];73(6):825-32. DOI: https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2011.05.054

Muse K, McManus F, Leung C, Meghreblian B, Williams JMG. Cyberchondriasis: Fact or fiction? A preliminary examination of the relationship between health anxiety and searching for health information on the Internet. Journal of Anxiety Disorders. 2012;26(1):189-96. DOI: https://doi.org/10.1016/j.janxdis.2011.11.005

Bessell TL. Surfing, self-medicating and safety: buying non-prescription and complementary medicines via the internet. Quality and Safety in Health Care. 2003 [accesso 23/04/2020];12(2):88-92. Disponível: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12679503/

Talevi A. The New Patient and Responsible Self-Medication Practices: A Critical Review. Current Drug Safety. 2010;5(4):342-53. DOI: https://doi.org/10.2174/157488610792245984

Dam L, Roy D, Atkin DJ, Rogers D. Applying an Integrative Technology Adoption Paradigm to Health App Adoption and Use. Journal of Broadcasting & Electronic Media. 2018;62(4):654-72. https://doi.org/10.1080/08838151.2018.1519568

Zhang L, Jung EH. WeChatting for Health: An Examination of the Relationship between Motivations and Active Engagement. Health Communication. 2018;34(14):1764-74. DOI: https://doi.org/10.1080/10410236.2018.1536942

Lee HE, Cho J. What Motivates Users to Continue Using Diet and Fitness Apps? Application of the Uses and Gratifications Approach. Health Communication. 2016;32(12):1445-53.

Alpert JM, Krist AH, Aycock RA, Kreps GL. Designing User-Centric Patient Portals: Clinician and Patients’ Uses and Gratifications. Telemedicine and e-Health. 2017 [accesso 23/04/2020];23(3):248-53. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC5359658/

Cho J, Erin Lee H. Contextualization of motivations determining the continuance intention to use smart devices among people with physical disabilities. Telematics and Informatics. 2017;34(1):338-50. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tele.2016.05.011

Park DY, Goering EM. The Health-Related Uses and Gratifications of YouTube: Motive, Cognitive Involvement, Online Activity, and Sense of Empowerment. Journal of Consumer Health on the Internet. 2016;20(1-2):52-70. DOI: https://doi.org/10.1080/15398285.2016.1167580

Thambusamy R, Palvia PC. Patients’ Computer-Mediated Communication Media Uses and Gratifications in Healthcare. 2016 [accesso 23/04/2020]. Disponível em: https://bearworks.missouristate.edu/articles-cob/822/

Walker KK. A Content Analysis of Cognitive and Affective Uses of Patient Support Groups for Rare and Uncommon Vascular Diseases: Comparisons of May Thurner, Thoracic Outlet, and Superior Mesenteric Artery Syndrome. Health Communication. 2015 [accesso 23/04/2020]1;30(9):859-71.

Kisekka V, Han W, Sharman R. Utilizing the uses and gratification theory to understand patients use of online support groups. Em: 20th Americas Conference on Information Systems, AMCIS 2014.

Chung JE. Social Networking in Online Support Groups for Health: How Online Social Networking Benefits Patients. Journal of Health Communication. 2013 [accesso 23/04/2020];19(6):639-59. DOI: https://doi.org/10.1080/10810730.2012.757396

Al Ayubi SU, Parmanto B, Branch R, Ding D. A Persuasive and Social mHealth Application for Physical Activity: A Usability and Feasibility Study. JMIR mHealth and uHealth. 2014 [accesso 23/04/2020];2(2):e25. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25099928/

Stephenson, W. The play theory of mass communication. New Brunswick, NJ: Transaction Books, 1988.

Wenner LA. The nature of news gratifications. Media gratifications research: Current perspectives; 1985:171-193.

Descargas

Publicado

2025-02-03

Cómo citar

1.
Marques Carriço Ferreira R, Malta Barreto R, Dos Santos Junior JD, Oliveira Santana D. Uso dos ambientes digitais na pandemia da COVID-19. Rev. cuba. inf. cienc. salud [Internet]. 3 de febrero de 2025 [citado 7 de febrero de 2025];36. Disponible en: https://acimed.sld.cu/index.php/acimed/article/view/2465

Número

Sección

Artículos Originales

Artículos más leídos del mismo autor/a