Contribución corta
A informação como causa de ansiedade nas organizações
La información como causa de ansiedad en las organizaciones
Information as a source of anxiety in organizations
Karla
Cristina Rocha Ribeiro1*
Carlos Francisco
Bitencourt Jorge1
Roberto Cavallari
Filho1
Gabriela Balarin
de Oliveira1
Daisy Souza Martins1
Beatriz Cristina
Maranho1
1Universidade de Marília (Unimar). Brasil.
*Autor para la correspondência: karlacrribeiro@gmail.com
O presente trabalho tem como objetivo realizar uma reflexão do impacto da informação e seus possíveis problemas que afetam a saúde dos sujeitos no contexto das organizações. Ao observarmos o atual cenário das organizações, analisamos que a informação é capaz de modificar o comportamento dos sujeitos de diferentes maneiras. Dessa forma, ao mesmo tempo que devemos considerar a informação como um recurso para as organizações, devemos compreender também os seus impactos na saúde dos trabalhadores. O uso da informação provoca inúmeros desencadeamentos nas organizações, todavia, destacamos um comportamento desenvolvido pelos trabalhadores que necessita ser analisado: a ansiedade informacional. Diante desse cenário, é fundamental que as organizações utilizem de processos estruturados para minimizar esse tipo de comportamento, e com isso possibilitar o uso pleno das informações enquanto recurso. Com isso, passa ser importante o uso estratégico do processo de gestão de pessoas, uma vez que este processo já atua de maneira direta com os colaboradores. Dessa maneira, foi utilizado como método de pesquisa o levantamento bibliográfico sobre os temas, informação enquanto recurso disparador de ansiedade e, a gestão de pessoas enquanto processo. Após levantamento bibliográfico foi realizada uma análise preliminar da informação enquanto recurso organizacional, bem como a Gestão de Pessoas como processo capaz de minimizar o impacto da informação no adoecimento nos trabalhadores. Como resultado, a pesquisa apresenta diretrizes iniciais voltadas para as atividades do processo de gestão de pessoas que podem minimizar o impacto da ansiedade informacional no contexto das organizações.
Palavras-chave: Ansiedade Informacional; Saúde do Trabalhador; Organizações; Gestão de Pessoas.
Este documento tiene como objetivo reflexionar sobre el impacto de la información y sus posibles problemas que afectan la salud de los sujetos en el contexto de las organizaciones. Al observar el escenario actual de las organizaciones, analizamos que la información puede modificar el comportamiento de los sujetos de diferentes maneras. Si bien debemos considerar la información como un recurso para las organizaciones, también debemos entender sus impactos en la salud de los trabajadores. El uso de la información causa numerosos factores desencadenantes en las organizaciones; sin embargo, destacamos un comportamiento desarrollado por los trabajadores que debe analizarse: la ansiedad informativa. Dado este escenario, es esencial que las organizaciones usen procesos estructurados para minimizar este tipo de comportamiento y permitan el uso completo de la información como recurso. Por lo tanto, el uso estratégico del proceso de gestión de personas se vuelve importante, ya que este proceso ya trabaja directamente con los empleados. Se utilizó como método de investigación la encuesta bibliográfica sobre los temas, la información como un recurso desencadenante de ansiedad y la gestión de las personas como un proceso. Después de una encuesta bibliográfica, se realizó un análisis preliminar de la información como recurso organizacional, así como la gestión de personas como un proceso capaz de minimizar el impacto de la información sobre la enfermedad en los trabajadores. Como resultado, la investigación presenta pautas iniciales para las actividades del proceso de gestión de personas que pueden minimizar el impacto de la ansiedad informativa en el contexto de las organizaciones.
Palabras clave: Ansiedad informacional; Salud ocupacional; Organizaciones; Gestión de personas.
This paper aims to reflect on the impact of information and its possible problems that affect the health of subjects in the context of organizations. Looking at the current scenario of organizations, we analyze that information may modify the behavior of subjects in different ways. Thus, while we should consider information as a resource for organizations, we should also understand its impact on workers' health. The use of information creates numerous triggers in organizations; however, we highlight a behavior developed by workers that needs to be analyzed: information anxiety. Given this scenario, it is essential that organizations use structured processes to minimize this type of behavior, thus enabling the full use of information as a resource. Therefore, the strategic use of the people management process becomes important, since this process already works directly with employees. This is the reason why the research method used was bibliographic survey on the topics information as an anxiety triggering resource and people management as a process. Upon completion of the bibliographic survey, a preliminary analysis was conducted of information as an organizational resource and people management as a process capable of minimizing the negative impact of information on workers' health. As a result, initial guidelines are presented for activities related to the people management process which may minimize the impact of information anxiety in the context of organizations.
Key words: information anxiety; occupational health; organizations; people management.
Recibido:
09/09/2019
Aceptado: 15/11/2019
INTRODUÇÃO
A pesquisa possui como objetivo a abordagem de conceitos de gestão de pessoas enquanto recurso estratégico para maximizar a saúde do sujeito das organizações, dando assim enfoque na ansiedade informacional. Com isso, esta pesquisa aborda dois dos principais recursos nas organizações, as pessoas e as informações. Ao observarmos a dinâmica organizacional, encontramos um pequeno contingente de trabalhadores com um acúmulo de atividades e funções. Essas atividades e funções estão cercadas de informações dos ambientes internos e externos das organizações, e com isso passam a ser impactados por uma "avalanche de informações", o que os fazem desenvolver comportamentos de ansiedade informacional.
Nesse sentido, destaca-se o processo de gestão de pessoas como processo estratégico, uma vez que este processo possui como função valorizar e reduzir o impacto das variáveis em torno dos trabalhadores. Entretanto, para que a Gestão de Pessoas alcance de fato esses resultados, é necessário considerar a informação enquanto recurso nesse contexto, pois assim a informação pode ser trabalhada de maneira estruturada pelo processo de gestão de pessoas. A pesquisa busca relacionar todos esses fatores, enfatizando a importância dos sujeitos organizacionais enquanto recursos estratégicos para as organizações, bem como o impacto da informação em sua saúde. Com isso, a integração desses componentes passa a ser fundamental para a construção de diretrizes iniciais de gestão de pessoas que visam minimizar o comportamento de ansiedade informacional desenvolvida pelos trabalhadores nas organizações.
MÉTODOS
A pesquisa realizou um levantamento de informações sobre os temas Ansiedade no contexto das Informações, Gestão de Pessoas, Saúde do Trabalhador e Organizações por meio de pesquisa bibliográfica, utilizando como fonte, livros e artigos que abordam as temáticas mencionadas, tornando assim, a pesquisa exploratória. Gil(1) aponta que, a pesquisa bibliográfica é: "[...] desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas".
Ao final do levantamento das informações sobre os temas, estes foram analisados e relacionados. Ao relacionar os conceitos e reflexões encontradas, a partir destes conceitos foi possível construir novas reflexões quanto à importância de considerar o comportamento da ansiedade informacional no contexto da saúde do trabalhador, bem como diretrizes mínimas para dar suporte ao processo de gestão de pessoas enquanto ferramenta estratégica nas organizações.
A INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO
Antes de compreender a informação, torna-se necessário compreender a organização enquanto espaço responsável por congregar recursos e pessoas na construção de produtos e/ou prestação de serviços. Suas relações são dinâmicas e possuem inúmeras relações, nesse sentido, Capra(2) define organização como "[...] uma totalidade integrada através de diferentes níveis de relações, sua natureza é dinâmica e suas estruturas não são rígidas, mas flexíveis e estáveis. Ela resulta das interações e interdependência de suas partes".
Essas relações são responsáveis por gerar um grande número de informações. Valentim(3) define informação como "[...] ao mesmo tempo, objeto e fenômeno, visto que pode ser destacada e analisada por si mesma e, também, pode ser parte de um processo". Choo(4) trata a informação como componente intrínseco em todas as atividades realizadas pela organização.
É importante compreender que a informação é um recurso em constante mutação, que transita e se transforma o tempo todo. Nesse sentido, ao conceituar informação no contexto organizacional torna-se necessário realizar delimitações entre outros dois componentes que, se relacionam, interagem e sofrem transformações na relação com a informação: "dado" e "conhecimento". Davenport ePrusak,(5) Valentim(6) e Pérez-Montoro(7) conceituaram dado, informação e conhecimento à luz da gestão da informação.
Os "dados" são simples observações sobre o estado do mundo, dados registrados com o auxílio de algum suporte, normalmente com o auxílio de alguma tecnologia. A “informação” é o dado dotado de relevância e propósito, sendo os dados compreendidos (atribuição de significado) e contextualizados por um sujeito organizacional. Enquanto isso, o conhecimento é algo que reside na mente humana, construído na relação sujeito organizacional com os ambientes em que atuam. Davenport e Prusak(5) sistematizam esses conceitos conforme se observa no quadro 1.
Ao se observar a relação entre dados, informação e conhecimento, é possível inferir que essa relação é cíclica. Nesse processo, o sujeito organizacional relaciona-se com os três componentes o tempo todo, desde os dados em um determinado contexto e, a partir da própria percepção e compreensão o trabalhador adiciona significado e os contextualiza, fato que resulta na transformação dos dados em informação. O trabalhador realiza a apropriação dessa informação por meio de seus processos cognitivos e assim inicia a construção de conhecimento em sua mente.
Ao externalizar e registrar o conhecimento construído em algum tipo de suporte dentro da organização, o trabalhador transforma o conhecimento em dados novamente, estes, por sua vez, estarão latentes para serem interpretados e contextualizados por outros sujeitos que compõe a organização, e estes por sua vez, poderão gerar novos conhecimentos.
A Ansiedade de Informação, seu início e impacto na saúde dos sujeitos organizacionais
Compreender o impacto psicológico proporcionado pela informação aos trabalhadores torna-se ponto de partida para possíveis construções no contexto da gestão de pessoas. Dessa maneira, Wurman(8) menciona que a informação já foi considerada uma das mercadorias mais procuradas, assim como os vinhos raros, e que atualmente é tratada como uma trepadeira unha-de-gato, sendo boa para ficar do lado de fora do mundo. Essa comparação demonstra o status atual da informação no presente contexto da sociedade. Tal situação ocorre graças às tecnologias, afinal, por meio delas é possível obter a qualquer momento acesso ilimitado a qualquer tipo de informação.
A principal tecnologia para o apontado acima é a internet, pois atualmente ela atua como meio para acesso á essas informações. Por meio da internet ocorre o nivelamento de todos os sujeitos da sociedade, afinal, um adolesceste e uma instituição centenária passam a ter a mesma informação e consequentemente o mesmo papel e valor. É importante destacar que, anteriormente a internet o acesso à informação era restrito, e diferente de hoje, o acesso e a adquisição de informações (por meio de livros) dispendia de muito capital financeiro.(8) Ao mesmo tempo que a internet parece ser a solução de todos os problemas referente ao acesso das informações, ela transforma o acesso difícil, afinal, a internet potencializa a inserção de informações e aumenta exponencialmente o volume de informações, afinal, atualmente somos consumidores e produtores de informações na internet.
Com isso, o grande desafio não é o acesso, e sim filtro dessas informações, pois cada vez mais cresce o volume de informações na internet e o processo de filtro torna-se complexo. Outro ponto de destaque consiste no uso da informação filtrada, uma vez que a mesma informação filtrada pode ser correta e útil para um grupo de pessoas e, incorreta e sem valor para outro grupo. Ao atrelarmos a complexidade porporcionada pela internet no contexto das organizações, os trabalhadores e as demandas informacionais são geradas o tempo todo de maneira intensa, afinal, Choo(4) afirma que a informacão dentro da organização é um componente intrínseco em todas as atividades das organizações. O autor(4) ainda aponta que, “[...] Sem uma compreensão dos processos organizacionais pelos quais a informação se transforma em percepção, conhecimento e ação, as empresas não são capazes de perceber a importância de suas fontes e tecnologias de informação”.
Inevitavelmente os trabalhadores recebem uma avalanche informacional, sem ao menos precisar procurá-las. Essa avalanche informacional ocorre independentemente do segmento das organizações. Evans e Wurster( 9) mencionam que o mundo físico é moldado por informações e mencionam que, um automóvel de alta tecnologia possui a mesma potência de computação que um bom computador pessoal.
No momento que consideramos a informação como recurso fundamental e básico no contexto organizacional, principalmente para os sujeitos que as compõe, precisamos considerar os desdobramentos desta sobrecarga de informação, uma vez que seu excesso acarreta frustrações e adoecimento aos sujeitos. Um comportamento frequente visto nos sujeitos que compõe as organizações é a ansiedade de informação, termo cunhado por Wurman.(8)
Shedroff (10) menciona que a ansiedade de informação assume várias formas, dentre elas o autor destaca, a frustação pela incapacidade de “ficar por dentro”, frustrações diante da qualidade do que é oferecido ao sujeito, culpa de não estar mais informado e, a arrogância de “saber antes dos outros”. Dessa maneira, consideramos essas 4 formas apresentadas que remetem ao comportamento de ansiedade de informação, conforme pode ser visualizado no quadro 2.
Em suma é necessário compreender que a ansiedade de informação tem a ver com a maneira que nós nos relacionamos com os dados em nossa volta. Nesse sentido, observa-se a importância das organizações se dotarem de estratégias que possibilite uma maior consciência desse comportamento. Dentre inúmeras possíbilidades, identificamos o processo de gestão de pessoas como ferramenta neste contexto.
Gestão de Pessoas enquanto processo estratégico
A gestão de pessoas atua na mobilização, orientação, direcionamento e administração das pessoas enquanto recursos no ambiente organizacional, compreendendo as diversidades dessa gestão em diferentes contextos organizacionais.(11) Em decorrência de um mundo em constantes mudanças, os trabalhadores passaram a ser considerados "colaboradores". Esses colaboradores estão inseridos nas organizações precisam ser flexíveis para assegurar a vantagem competitiva da organização. Por esse motivo, o processo de gestão de pessoas passou a ser estratégico para as organizações.
Esse contexto estratégico envolve a compreensão das pessoas como recurso capaz de proporcionar vantagem competitiva para a organização. Nesse sentido, esses recursos atuam no uso de planejamento; análise de coerência entre políticas e práticas das atividades organizacionais (alinhamento interno); integração de políticas e práticas das atividades com a estratégia de negócios (alinhamento externo); gestão proativa em vez de reativa e; tomadas de decisões sobre os aspectos da relação de emprego considerando o nível mais na hierarquia.(12)
Ao encontro de Sisson & Storey,(12) Gil(13) destaca a importância da gestão de pessoas enquanto processo estratégico e menciona as atividades que esse processo realiza:
- Planejamento e avaliação: Alimentação de sistema de informações com dados sobre as pessoas que fazem parte da organização, proporcionando aos gestores antecipar a oferta e demanda de recursos humanos disponíveis dentro das organizações;
- Suprimento: Garante que os colaboradores estejam qualificados para os cargos –alinhando assim os colaboradores as atividades e estratégias da organização;
- Compensação: Desenvolve compensações que não se limite apenas a remuneração, com isso desenvolve-se e proporciona benefícios e incentivos;
- Desenvolvimento: Prepara os colaboradores por diversos tipos de treinamentos e demais ferramentas para serem capazes de assumir os desafios das organizações;
- Relações de trabalho: Dispondo de políticas em virtude das exigências trabalhistas;
- Oportunidades: Garante igualdade às diversidades por meio da construção de estratégias;
- Saúde e segurança: Atua na promoção e manutenção de fatores higiene e segurança do trabalho, como também garante a saúde física e mental.
Para que a gestão estratégica de pessoas se desenvolva, é preciso uma visão holística e sistêmica sobre os processos organizacionais. É necessária também, uma reflexão sobre os aspectos comportamentais, estruturais e operacionais para compreender as motivações, necessidades e outros aspectos relacionados aos colaboradores. Os gestores, independentemente de sua área, necessitam implementar o processo de gestão de pessoas em sua rotina, e com isso, alinhar o processo junto ao planejamento estratégico organizacional, traçando assim os objetivos que deverão ser alcançados, e então alinhar as pessoas para que sejam parceiras nesse trajeto. Os valores humanos devem sempre ser levados em consideração e, trabalhar a motivação dos colaboradores pode proporcionar a qualidade em suas atividades. Ao considerarmos a gestão de pessoas (GP) enquanto processo estruturado e não como área/departamento, as organizações independentemente de seu tamanho tornam-se capazes de implantar a GP enquanto processo.
A ANSIEDADE INFORMACIONAL NO CONTEXTO DA SAÚDE DO TRABALHADOR COMO DESAFIO DO PROCESSO DE GESTÃO DE PESSOAS: UMA PERSPECTIVA INICIAL
Identificar os gatilhos, bem como as possíveis variáveis capazes de construir o comportamento de ansiedade informacional, torna-se fundamental para então considerar este comportamento e a relação com organizações, bem como a possível relação com a saúde do trabalhador. Nesse sentido cabe ao processo de gestão de pessoas desenvolver estratégias e atividades com o intuito de diminuir os comportamentos de ansiedade de informação dos trabalhadores. A figura apresenta a gestão de pessoas como processo no contexto das organizações, bem como os dados, informações e conhecimentos inseridos no ambiente interno de uma organização. Em paralelo, apresentam-se possíveis processos que se relacionam de maneira direta ou indireta com a organização, sendo estes responsáveis por gerar e consumir, mesmo que de maneira não consciente, uma quantidade infinita de dados, informações e conhecimentos.
Como ator central desses processos e consequentemente o maior impactado pelas informações estão os colaboradores. Esses sujeitos recebem, analisam e utilizam as informações do contexto interno das organizações, tanto de maneira consciente ou inconsciente, afinal, são informações geradas dentro operações organizacionais, e são consideradas recursos implícitos em todas as atividades realizadas no âmbito da organização. Com isso, os colaboradores além de considerar os dados, informações e conhecimentos inseridas nos ambientes internos das organizações, também precisam se preocupar com as informações que estão no ambiente externo e que provocam impacto nas organizações. Ao considerarmos as organizações, nesse cenário, torna-se mais complexo para os colaboradores, uma vez que cada vez mais estes possuem um maior número de atividades, afinal, as organizações caminham para estruturas enxutas.
Os colaboradores são os atores centrais no contexto mencionado, afinal, são responsáveis por todo o processo de prospecção, filtro, seleção, análise e uso das informações e transformação da informação em conhecimento. Destaca-se que essas atividades normalmente são realizadas por esses sujeitos com uso de tecnologia da informação, todavia, são ferramentas de acesso a informação, potencializando o volume e não possibilitando os filtros aos dados e informações. Sendo assim, a relação desses colaboradores com os dados, informações e conhecimentos dos ambientes interno e externo são mais intensas, provocando assim o comportamento de ansiedade de informação. Frente ao exposto, cabe à organização desenvolver estratégias voltadas para diminuição de impacto desse comportamento nos colaboradores.
Dentro das possíveis estratégias utilizadas para essa finalidade, destaca-se a implementação das atividades do processo de gestão de pessoas com enfoque nas questões de comportamento dos colaboradores frente às informações. Dessa maneira, foram construídas diretrizes iniciais de gestão de pessoas voltadas ao uso das informações que podem ser desenvolvidos em organizações (quadro 3).
Ao observarmos as propostas para os colaboradores voltadas para a redução das formas de ansiedade, é possível ver a importância da incorporação destas no processo de gestão de pessoas enquanto funções inseridas em suas atividades. Com isso, na mesma medida que se valoriza a informação, esta passa ser trabalhada de maneira organizada e com a intensidade equilibrada. É importante mencionar que ao realizar a integração dos parâmetros propostos no quadro 3, espera-se trabalhar a informação enquanto recurso e, com isso, possibitar o seu controle, uso e os efeitos que o mesmo possui na saúde do trabalhador. Destaca-se que cada vez mais as organizações atuam com um número reduzido de pessoas, acumulando assim um número maior de atividades o que proporciona uma ‘avalanche informacional’. Portanto, evidencia-se a importância do trabalho com a informação no contexto da redução do impacto da mesma na saúde dos colaboradores.
CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
Ao analisar a dinâmica da sociedade frente à explosão informacional observa-se que isto acarreta inúmeros comportamentos de ansiedade informacional. Quando essas situações são direcionadas para as organizações, observamos que atuam de maneira mais intensa, uma vez que as organizações estão inseridas em processos competitivos complexos. Nesse sentido, o processo de Gestão de Pessoas pode atuar como um importante componente estratégico para organizações que visam minimizar os impactos negativos das informações na saúde de seus colaboradores. Com isso, o processo de gestão de pessoas torna-se apoio para a redução da ansiedade informacional.
A pesquisa encontra-se em andamento e buscou chamar a atenção de maneira preliminar para a relação entre a Gestão de Pessoas e a Saúde do Trabalhador no contexto da ansiedade de informação nas Organizações. Atualmente, a pesquisa está em processo de aprofundamento nas relações práticas entre as temáticas abordadas neste trabalho, principalmente em empresas de segmentos em que os colaboradores estão submersos em informações. Dessa maneira, o próximo passo da pesquisa será a sua aplicação e análise no universo de profissionais de Tecnologia da Informação e com isto, validar as diretrizes de Gestão de Pessoas apontadas preliminarmente na presente pesquisa, visando minimizar problemas com a ansiedade informacional. Recomenda-se a análise de outros universos profissionais, uma vez que é possivel que cada um deles acarrete a ansiedade informacional em outros formatos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Gil AC. Cómo elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Perspectiva. 1999;5(61):16-7.
2. Capra F. O Ponto de Mutação. Editora Cultrix; 2002.
3. Valentim ML. Gestão da informação e gestão do conhecimento em ambientes organizacionais. Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação. 2008 [acceso: 25/11/2019];1(1). Disponível Em: http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/01/pdf_ea77bd91aa_0007779.pdf
4. Choo CW. A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: Senac São Paulo; 2003.
5. Davenport TH. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não basta para o sucesso na era da informação. Ed Futura; 2000.
6. Valentim ML. Inteligência competitiva em organizações: dado, informação e conhecimento. Rio de Janeiro: DataGramaZero; 2002;3(4):1-3.
7. Pérez M. Identificación y representación del conocimiento organizacional: la propuesta epistemológica clásica. Documentos de proyecto DP04-001; 2004 [acceso: 25/11/2019]. Disponível em: http://www.uoc. edu/in3/dt/20392/20392.pdf
8. Wurman RS. Ansiedade de informação 2: um guia para quem comunica e dá instruções. Ed Cultura; 2005.
9. Evans PB, Wurster TS. A explosão dos bits: blown to bits. Rio de Janeiro: Campus; 2000.
10. Shedroff N. Formas de ansiedade de informação. In: Wurman RS. Ansiedade de informação2: um guia para quem comunica e dá instruções. Ed Cultura; 2005.
11. Mascarenhas AO. Gestão estratégica de pessoas: evolução, teoria e crítica. Cengage Learning; 2009.
12. Sisson K, Storey J. Realities of human resource management: Managing the employment relationship. McGraw-Hill Education (UK); 2000.
13. Gil AC. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis estratégicos. Rio de Janeiro: Atlas. 2016:1.
Conflicto de intereses
Los autores declaran que no existe conflicto de intereses.
Contribuição dos autores
Carlos Francisco Bitencourt Jorge e Karla Cristina Rocha Ribeiro projetaram o estudo e redigiram a primeira versão do manuscrito. Roberto Cavallari Filho,Gabriela Balarin de Oliveira e Daisy Souza Martins e Beatriz Cristina Maranho contribuíram reforçando o tópico '"A informação no contexto da organização"' e revisaram a primeira versão do trabalho produzido. Todos os autores revisaram a redação do manuscrito e aprovaram a versão finalmente submetida.